Filme I Batman - A Piada Mortal

Lucas Hoffmann
23 de ago. de 2019
3 min de leitura

Atualizado: 15 de out. de 2019

Provavelmente, você jamais irá assistir um filme de animação com uma história tão insana como essa. Baseada no clássico dos quadrinhos que apresenta a origem do vilão Coringa, a história de Batman - A Piada Mortal, escrita por Alan Moore e desenhada por Brian Bolland, surgiu pela primeira vez em 1988 sendo reeditada desde então, até chegar no formato de animação.

"A adaptação consegue ser tão primorosa quanto a obra original e explora a conduta ética e moral de Batman e o comportamento doentio do palhaço do crime"

A novidade na animação está por conta da primeira parte ser centrada na Batgirl e sua relação amorosa e conflituosa com Batman. Ainda que Batigirl não se conforme com a posição de coadjuvante em relação ao comportamento arrogante do parceiro, ela se contenta em seguir os passos dele. Porém, quando a dupla se envolve amorosamente, mais por iniciativa dela, num clichê muito bem explorado da aprendiz que se apaixona pelo tutor, a personagem logo é punida pelo distanciamento do Homem-Morcego. Essas cenas iniciais não existem na obra original, mas foram essenciais para apresentar a heroína ao novo público. O roteirista Brian Azzarello soube explorar todos os momentos da personagem mostrando de forma eficaz os motivos que a levaram a deixar de atuar como Batgirl e voltar a ser apenas a filha do comissário de polícia.

A adaptação consegue ser tão primorosa quanto a obra original e explora a conduta ética e moral de Batman e o comportamento doentio do palhaço do crime. Além disso, apresenta também a mudança drástica na vida de uma das vítimas do Coringa: Bárbara Gordon, filha do Comissário Gordon, mais conhecida como Batgirl. A personagem protagoniza um dos momentos mais chocantes quando é baleada pelo Coringa e fica paraplégica. O ápice da história começa a ganhar forma quando Coringa entra em cena. Ele, fora de controle e completamente enlouquecido, após fugir da prisão, com a ajuda de criaturas bizarras que trabalham pra ele no circo, decide expandir o seu reinado de terror e violência. Seu novo alvo passa a ser o Comissário Gordon, e consequentemente a sua filha Bárbara, com a intenção de ser uma isca para o seu confronto definitivo com Batman, já que Gordon é o principal aliado do Homem-Morcego na polícia.

A loucura é retratada como o elemento chave para o sadismo do Coringa. Os flashbacks mostram que ele teve uma vida beirada a fracassos e humilhações, nada que justifique seus atos cruéis, até chegar a ponto de como ele se tornou o icônico vilão fazendo o público pensar em como funciona a sua mente perversa. Definitivamente, Coringa da medo. O psicológico de Batman é testado a todo instante quando ele confronta seu adversário. Até que ponto o herói consegue manter os seus valores éticos e morais? Nas últimas cenas, assim como na HQs, a introspecção do Homem Morcego não deixa claro se ele matou o Coringa ou se acabou se tornando mais uma vítima da loucura do vilão. A animação termina deixando o espectador livre pra pensar porque o conflito entre o herói e o vilão é eterno.