Filme I Batman vs Superman: A Origem da Justiça

Lucas Hoffmann
3 de set. de 2019
4 min de leitura

Atualizado: 9 de out. de 2019

Um filme que sempre dividirá opiniões que, com mais acertos do que erros, apresentou para a nova geração e presenteou para os veteranos momentos grandiosos do universo cinematográfico da DC no cinema. O longa Batman vs Superman: A Origem da Justiça é um filme feito para os fãs. Isso fica nítido pelo cuidado nas cenas que o diretor Zack Snyder teve em adaptar as histórias de Batman e Superman e conseguindo manter a essência desses heróis.

"O filme humaniza a figura super-heroica"

Trabalhar com histórias de personagens tão distintos a olhos leigos, talvez seja uma tarefa fácil possuindo como referências seus respectivos filmes e séries anteriores, mas engana-se. A dificuldade se torna maior. Batman e Superman já tiveram suas histórias recontadas inúmeras vezes ao longo dos anos. Porém, pouco via-se a diferença de uma produção para a outra. Era difícil você assisti-los sem ficar com aquele pensamento de "eu já vi isso antes". Como é o caso do romance entre Clark Kent (alter-ego do Superman) e Lois Lane, que no filme é interpretada pela atriz Amy Adams. Ainda que isso não seja nenhuma novidade, foi importante não ter sido deixado de lado. Afinal, a personagem é peça fundamental na história do Homem de Aço. Anulando essa fato seria o mesmo que contar uma história pela metade, já que Lois, assim como os pais adotivos de Clark, são o calcanhar de aquiles do herói. O mesmo acontece com o milionário Bruce Wayne, o Batman. A trágica história do órfão que perdeu os pais durante um assalto, ficaria sem sentido não apresentá-la a quem está conhecendo pela primeira vez o mundo sombrio do Homem Morcego. Esses elementos são cruciais na vida dos personagens que foram apresentados em introduções rápidas, mas sem desmerecer ambas histórias.

Em uma das cenas mais conceituadas do filme, Superman é visto como um Deus entre os humanos, mas as cenas do personagem com sua mãe Martha (Diane Lane) e Lois quebram a fortaleza em torno do herói e ressaltam que ele também tem seus medos e necessidades. Henry Cavill soube trabalhar muito bem esses momentos apresentando um Superman emocional e racional já estabelecido e que remete ao perfil real do herói das HQs. Furtivo e mais sombrio, o Batman de Ben Affleck se comprometeu mediante a racionalidade conhecida do Homem Morcego. Tanto Cavill quanto Affleck fazem dos seus Superman e Batman, respectivamente, personagens que não são onipotentes, que eles erram. Emoções trabalhadas de formas claras e precisas. O confronto entre os heróis, ainda que rápido, foi um dos grandes ápices do filme. Por anos, o público esperava por esse embate que foi épico. Batman e Superman são de opiniões diferentes, sempre existiu uma rivalidade clara entre eles.

Em compensação, a Mulher-Maravilha de Gal Gadot calou de vez a boca dos críticos que achavam que ela não tinha o porte físico adequado pra incorporar a personagem. No entanto, a atriz continua sendo aclamada pela critica, mesmo após a estreia do filme, a sua repercussão como Mulher-Maravilha continua a crescer. Apesar de poucas falas, Gal retrata uma heroína a frente de seu tempo que desperta a curiosidade do público pelas breves citações sobre o seu passado. Snyder mantém em seu roteiro a Diana guerreira e diplomática que Gal cumpre com vigor, mantendo a verdadeira essência da amazona, superando as expectativas de uma Mulher-Maravilha que todos almejávamos em ter em um filme e agora temos. Outra surpresa do filme foi o prólogo do que veríamos no filme da Liga da Justiça. As breves aparições de Jason Momoa, Ryan Fisher e Ezra Miller como Aquaman, Cyborg e Flash, respectivamente, deixam bem claro qual será o papel deles no futuro sem comprometer a história central.

No entanto, Jesse Eisenberg apresenta um vilão que foge totalmente das carateristas do lendário inimigo do Superman. A sua versão de Lex Luthor se limita a ser um personagem caricato que peca pelo excesso de piadas. Em nada lembra a personalidade do Luthor sarcástico e calculista conhecido do grande público das histórias do Superman. Ponto negativo superado ao ver acena aguardada por gerações: a trindade finalmente reunida. Foi a primeira vez que Superman, Batman e Mulher-Maravilha estavam juntos em um filme. Foram momentos de puro êxtase. A dinâmica e adrenalina do trio de super-heróis lutando contra o monstro Apocalypse impressiona. A poeira só baixou com outro momento memorável quando acontece a adaptação do clássico A Morte do Superman. Diferente dos quadrinhos que teve a participação de vários heróis da DC, ali estavam apenas Batman, Mulher-Maravilha e Lois diante da queda do herói, sendo suficiente pra garantir muita emoção e de que as coisas não iriam parar por ali. Ainda que não estejamos diante de heróis iniciantes em suas atividades, o filme humaniza a figura super-heroica que protege, mas que também comete erros.