Filme I Para Todos os Garotos que Já Amei

Lucas Hoffmann
10 de set. de 2019
2 min de leitura

Atualizado: 9 de out. de 2019

As histórias envolvendo adolescentes geralmente causam muita polêmica, pois o público, em sua maioria o conservador, limita esse subgênero a temas como sexo e drogas e esquecem que também existe o outro lado que mostra as inseguranças, sonhos, a busca por encontrar a sua própria identidade dentre vário outros exemplos. Mais do que dramas dentro dos corredores da escola, pra uma história que traz adolescentes como protagonistas funcionar do início ao fim, e ser mais do que ser um sucesso momentâneo, o roteiro precisa saber equilibrar as situações adversas com o lado cômico de sua narrativa e, assim, causar maior identificação dos telespectadores sobre os personagens. E isso acontece perfeitamente em Para Todos Os Garotos Que Já Amei.

"A principal mensagem do filme está na delicadeza em mostrar a autodescoberta de si mesmo"

Baseado no primeiro livro da trilogia escrita por Jenny Han, a adaptação de Susan Johnson apresenta um filme leve, divertido e de amor e apresenta uma história é simples focada no cotidiano da personagem Lara Jean Song Covey (Lana Condor). Uma jovem de dezesseis anos prestes a iniciar mais um ano na escola. Lara Jean vê sua rotina mudar totalmente quando sua irmã mais velha, Margot (Janel Parrish) decide estudar em outro país. A personagem fica preocupada com todas as responsabilidades que passarão a ser suas sem a irmã em casa, incluindo dirigir e saber os horários da caçula Kitty (Anna Cathcart).

Atrapalhada, engraçada, sonhadora e insegura, Lara em momentos se vê sozinha com a sua imaginação. Nela, fantasia romances secretos e apaixonados com cinco garotos de seu passado, para os quais escreveu cartas amorosas. Certo dia, misteriosamente, as cartas acabam indo parar nas mãos dos cinco garotos. E é a partir desse ponto que a confusão, para desespero de Lara, e diversão pra quem assiste, começa. Ao mesmo tempo que para Lara isso seja um fato "trágico" da sua vida, essa situação faz com que a personagem, as poucos, comece a desconstruir seus conceitos sobre o amor e a ter mais confiança em si mesma. Ela teme se entregar de cabeça em uma relação e ser abandonada.

Apesar de sua narrativa suave, a dinâmica familiar traz uma dose de drama e funciona muito bem ao mostrar a relação de um pai viúvo com suas três filhas em momentos diferentes da vida trazendo assim mais profundidade para a história. Mas a principal mensagem do filme está na delicadeza em mostrar a autodescoberta de si mesmo através da inocência não mais tão vista na juventude dos tempos atuais.